Decorreu no passado dia 12 de dezembro na Herdade da Lisboa, Vidigueira a Conferências VIDA RURAL 2023, sob o tema “o futuro da viticultura” que contou com um conjunto de especialistas e profissionais do setor.
A OET esteve representada neste encontro técnico/setorial pelo membro do Conselho Diretivo e Presidente do Colégio de Especialidade Regional de Engenharia Agrária, Engenheiro Técnico, Luís Filipe Silva.
A Herdade da Lisboa, situada no concelho da Vidigueira, propriedade da Família Cardoso, foi palco na sua belíssima adega para a conferências VIDA RURAL.
Dos temas abordados destacamos as reflexões sobre as castas resistentes a fungos (Piwi), poderem ser o futuro de uma viticultura mais sustentável. O que pensa o setor sobre esta possibilidade em Portugal, foi o mote para uma reflexão com especialistas, argumentando os prós e contras de fazer uma viticultura mais ecológica sem castas resistentes, trabalhando as práticas culturais e a resiliência da vinha ou a opção por vinhas piwi onde outros países europeus estão a avançar com esta alternativa a bom ritmo.
Outro tema debatido foi a possibilidade de preparar-nos para uma viticultura semelhante ao norte de África, com menor disponibilidade de água, mais doenças e pragas, desequilíbrios na produção e na qualidade. O que podemos esperar dos efeitos das alterações climáticas nas vinhas nacionais com a apresentação de dados climáticos destes países do norte de África e as medidas de mitigação que estão a adotar.
A questão de Mitigar ou regenerar na resposta à nova realidade climática, foi outro tema com a apresentação de técnicas e ferramentas digitais que podem apoiar os viticultores na tomada de decisão com vista à eficiência na gestão de recursos e sustentabilidade.
Quais as melhores práticas na Sustentabilidade e eficiência na vinha e na adega? Gerir a biodiversidade, os fluxos de resíduos e a eficiência hídrica e energética é um desafio diário numa empresa vitivinícola, onde foi dado a conhecer a estratégia da Herdade da Lisboa que conta com a certificação em Produção Sustentável da Comissão Vitivinícola da Região do Alentejo.
Por último constituiu-se uma mesa redonda para refletir e perspetivar o futuro do tema. O que podemos esperar da regulamentação sobre vinho e saúde? As tendências de mercado apontam para o consumo de vinhos mais leves e até desalcoolizados. Mas a pressão internacional, em especial na Europa, vai mais longe. Para além das declarações nutricionais que passam a ser obrigatórias, países como a Irlanda tentam restringir o consumo de álcool com medidas mais radicais, que passam pela indicação de risco para a saúde nos rótulos de todas as bebidas alcoólicas, onde se inclui o vinho.
Coimbra, 12 de dezembro de 2023